Relacionamento, Vinculo e Amor
- Fernando Nicolau
- 3 de dez. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de dez. de 2020
Na Hipnoterapia é possível uma mudança de perspectiva sobre os eventos vividos, sejam eles desagradáveis ou prazerosos. Sendo os objetivos terapêuticos parte de uma recriação motivada pela própria pessoa assistida. Neste sentido uma emoção gerada, os afetos, memórias, podem ser ressignificados afirmativamente para um devir pleno de potência. Nossas relações fazem parte de nossa história e devem agir como motores à felicidade. Acolhendo os desencontros e potencializando encontros. Assim sendo a hipnoterapia pode favorecer nossas relações humana, a partir de nosso crescimento pessoal, melhoria da comunicação, aumento do discernimento em nossas escolhas e em nossa inteligência emocional. A vivência suportada pela Hipnoterapia portanto pode gerar movimento em relações estagnadas e enfraquecimento aos vínculos patológicos, gerando saúde na potencialização de comportamentos OK e desconstrução de comportamentos NOK.
Para que sejam entendidos os tipos de afetos humanos possíveis de reedição, vamos voltar a Grécia Antiga para relembrar as conotações da palavra "amor":
A língua grega é constituída de muitos vocábulos conceituais. Assim, em grego antigo, não há uma única palavra para descrever o amor, a filosofia da Grécia antiga classifica o amor em diversas formas:
Ágape: significa “amor” no grego moderno. A palavra foi usada de maneiras diferentes por uma variedade de fontes contemporâneas e antigas, incluindo os escritores da Bíblia. Muitos pensavam que essa palavra representava apenas o amor divino, incondicional, com auto-sacrifício, pela vontade e pelo pensamento, embora também possa ser praticado por humanos inspirados por esse sentimento, mas em grau bem inferior, obviamente, em função das imperfeições e limitações humanas.
Eros: remete à palavra grega moderna “érotas”, com a sua significação de “amor romântico". Entretanto, eros não necessariamente evoca uma natureza sexual, embora muitas vezes esteja associado ao desejo, à atração física, ao prazer e ao sexo propriamente dito. O eros pode ser interpretado como um amor a quem se ama mais do que o amor de philos, podendo também se aplicar a definição de relacionamentos afetivos propriamente ditos. Seria o amor entre os apaixonados.
Philia: “amizade” no grego moderno, indica um amor virtuoso e desapaixonado. É o tipo de amor relacionado à amizade e companheirismo, onde não há a presença do eros. É descrito como o amor entre amigos e irmãos. Foi desenvolvido conceitualmente por Aristóteles, a incluir a lealdade aos amigos e à comunidade e requerendo igualdade e familiaridade.
Philos: "confiabilidade", "amado" ou "querido", amabilidade e lealdade baseada na confiança. Descreve o amor amical e companhia amiga, um tipo de amizade no valor caracteristicamente grego profundamente enraizado no conceito de reciprocidade, pela troca de favores e apoio, com um senso intimo de respeito um para o outro, tendo atitudes amigáveis e confiáveis de companheiro
Storge: “afeição” do grego moderno. É usada para indicar a afeição natural como aquela que os pais sentem pela prole. É considerado o mais benéfico dos afetos. Acontece especialmente na família, entre seus membros. Normalmente é a caracterizada como o amor dos pais aos filhos e outros membros do núcleo familiar.
Filautia: "amor próprio", sinônimo de egoísmo. Se refere a uma atitude mental positiva e se engaja no autocuidado, autorreconhecimento e auto-visibilidade (ou auto-consciência). Isto não é um senso de vaidade, mas uma consciência e aceitação de quem você realmente é, mostrando-se compaixão em tempos mais escuros. egoísmo.
Xênia: "hospitalidade", a generosidade e cortesia mostradas aos que estão longe de casa e/ou associados da pessoa que oferece amizade aos hóspedes.Os rituais de ceder hospitalidade criaram e expressaram uma relação recíproca entre hóspede e anfitrião, expressa tanto em benefícios materiais quanto em imateriais.
Pragma : "realidade", aceitação incondicional, uma forma amadurecida e pragmática de amor, tendo envelhecido como bom vinho com o tempo. É comumente visto em cônjuges que são casados há décadas, e é algo pelo qual todos inconsciente ou secretamente ansiamos, a companhia que olha além de nossas limitações, mas nos ama por nossa frágil humanidade.
Ludus : "jogo", amor lúdico, desejo de querer ou almejar se divertir um com o outro, fazer atividades em ambientes fechados e ao ar livre, provocar, saciar e fazer brincadeiras inofensivas um com o outro. A aquisição de amor e atenção em si pode fazer parte do jogo. A afeição entre jovens amantes, a paquera, provocação compulsória/impulsiva e euforia infantil/instintiva de estar em um novo relacionamento é parte e parcela dessa forma de amor.
Mania: "transtorno mental" do qual o termo "maníaco" ou "manico" é derivado. Um desejo de manter o parceiro em alta estima e querer amar e ser amado dessa maneira, vendo especialidade na interação. Esse tipo de amor tende a levar um parceiro a um tipo de loucura e obsessão.

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