Si se te pierde el alma en un descuido
- Fernando Nicolau
- 14 de nov. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 18 de fev. de 2024
Nesse fragmento do conto " Si se te pierde el alma en un descuido" (Memoria del Fuego 2), Eduardo Galeano descreve de forma poética e avassaladora a potência dos antigo terapeutas e xamãs:
"Cuida de sua alma, sua luminosa força vital, mas bem se sabe que a alma é menor que uma formiga e mais suave que um sussurro, uma coisa do nada, um arzinho, e em qualquer descuido pode se perder.
Um menino tropeça e rola a serra abaixo e a alma se desprende e cai, amarrada apenas por um fio de seda da aranha. Então o jovem Huichol, atordoado, adoece. Balbuciando, ele chama o guardião dos cantos sagrados, o sacerdote feiticeiro - Que busca esse velho índio fuçando nas montanhas?
Percorra o rastro por onde passou o doente passou. Sobe silenciosamente, entre as rochas pontiagudas, explorando os galhos, folha por folha, e debaixo das pedrinhas - Onde caiu a vida?
- Onde ficou assustada? Vai devagar e com os ouvidos bem abertos, porque as almas perdidas choram e às vezes assobiam como uma brisa.
Quando encontrar a alma errante, o sacerdote feiticeiro a pega na ponta de uma pena, envolve-a em um minúsculo pedaço de algodão e dentro de um canudo oco, a leva de volta ao seu dono, que não morrerá."

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